Esse texto foi retirado da Revista Eletrônica Papo de Homem:
Posted: 27 Jan 2013 03:36 AM PST
Cansei
de contar quantas vezes ouvi uma amiga dizendo que tal cara não
prestava porque havia dado um fora nela. Seguindo a regra social mais
adequada, eu concordava e tentava sempre inflar o ego da amiga. Quando
uma amiga está magoada, não é o melhor momento de jogar a verdade:
“Ele presta, só não te quer.”
A
mania de falar que um homem não presta, é safado, cafajeste etc, nada
mais é que uma forma que nós, mulheres, criamos para arranjar um motivo
de ter levado um fora. Não é algo exclusivo das mulheres: os homens
também sofrem com isso. Um amigo, recém-saído de um relacionamento onde
ele levou um pé na bunda, passa por essa situação atualmente.
Por
que o tal cara não presta? Por que não estava afim daquela mulher a
ponto de ter um relacionamento com ela? Por que não quer sair da vida de
solteira? Ou por que durante o relacionamento, acabou se apaixonando
por outra?
Ele pode ser um bom filho, ótimo neto, ajudar uma
instituição de caridade, cuidar do meio ambiente, ser educado, gentil e
excelente funcionário. Mas ele “não presta” a partir do momento em que
fala ou deixa claro que não quer nada conosco. Ah e ele prestará menos
ainda se expor que a única coisa que quer é sexo. Ele simplesmente não
tem o direito de mostrar que quer prazer e só isso. Ele precisa fingir
que está envolvido emocionalmente quando não está.
Ou, talvez, ele esteja
O
homem é um ser humano com prazeres que precisam ser saciados. A mulher
também. Há até não muito tempo atrás, o cara que quisesse recorrer a
uma noite de sexo somente para satisfazer uma vontade precisava pagar
uma prostituta. A mulher com esta mesma vontade tinha as opções de
reprimir-se ou ser chamada de puta pela sociedade.
À medida que a
liberdade sexual foi evoluindo, nós mulheres paramos de nos reprimir e
eles, os homens, viram que não precisariam mais pagar por sexo. Afinal,
eles teriam à disposição mulheres que não estariam transando com eles
por obrigação. A vontade e o prazer seriam mútuos. Seria um cenário
ideal se, a mesma mulher que não casa mais virgem, parasse de fantasiar
uma relação de amor a cada trepada.
O cara que só quer sexo é uma
pessoa normal, não é doente e nem maníaco. Ele não te vê apenas como um
corpo. Ele sente desejo por você, sabe seu nome e às vezes até mantém
uma amizade com você. Quer transar com você. Quer transar também com
outras. Ou com outros. Ele não está apaixonado por você e não tente se
enganar. Ele também tem sentimentos, sabia? Pode ser que após ter te
comido, ele tenha saído na rua e visto uma mulher que o interessou mais.
Na
fase dos 20 a 30 anos, homens assim são mais frequentes em nossas
vidas. Auge do corpo e da vida, começo da independência financeira. Sem
precisar prestar satisfação aos pais de onde dormiu na noite passada, o
homem tem mais liberdade de chamar a mulher que deseja para o seu
quarto. E de deixa-la ir embora, sem a obrigação social de ligar no dia
seguinte. Você, querida amiga, tem a mesma liberdade, que lhe caiu de
graça no colo, mas conquistada com muito esforço pelas gerações
anteriores.
Demorei a entender esta questão. Conforme fui tendo
mais experiências, conhecendo mais homens e amadurecendo junto com
minhas amigas, comecei a compreender melhor. Eu seria hipócrita se
falar que nunca fico com a esperança de que o cara irá querer algo a
mais comigo. Quando a química é muito boa quero repeteco sim, mas não
obrigo o cara. Se ele quiser, como diriam os mais velhos, o destino irá
ajudar.
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(agora, quem escreve sou eu, Júlia)
Atitudes de "só quero sexo", quando partem de uma mulher, intimidam os caras. A reação é chamar de vagabunda, pra baixo... E os caras, às vezes prestam, às vezes não. Mas você só vai descobrir isso bem depois do primeiro encontro. Ele não ligar no dia seguinte é a maneira culturalmente aceita de ele dizer "tentamos, mas não rolou". Ou ele simplesmente não achou seu número e gostaria muito que você ligasse.
Todos os meus relacionamento que duraram um pouco mais, começaram comigo ligando no dia seguinte. Ligava mesmo... Não gosto de ficar esperando. Alguns deles, não deram em nada, o cara gaguejou, me atendeu apaticamente e praticamente não era mais a mesma pessoa da noite anterior. (ou seja, não valeria a pena eu ficar na expectativa por um novo encontro, já que o momento que tivemos juntos fora um fato isolado). Mas às vezes, o cara respirava aliviado e dizia "eu queria te ligar, mas estava com receio". E aí nos dávamos o direito de desfrutar deliciosas noites juntos.
Outra coisa que me incomoda é a "preservação" do corpo da mulher (em detrimento de seu prazer...). Várias vezes conversando com alguma colega, em alguma situação me deparo com a frase "Estou a seis meses sem transar e hoje vou sair com um cara, se ele for legal semana que vem já vou tentar 'transar' com ele." SEIS MESES!?!?!? Bicho, nem espera até o final da janta... Leva esse cara pra sua casa, carro, um motel... e ataca o indivíduo. Duvido que ele não vai gostar... Se não gostar, você teve seu sexo, (com prazer, espero eu) e depois pode continuar a busca por "um cara legal". Estou cansada desse papo de moça solteira que guarda um vibradorzinho rosa na gaveta e se acha moderna, mas no fim alimenta o ranço secular. Não que você tem que sair dando chá de boceta por aí pra ser moderna. Mas, se tiver vontade, porque não dar uma boa trepada com um cara que você achou bonitinho, mesmo que já saiba que amanhã a química não vai ser a mesma e talvez ele não te ligue...
Acho que esse texto da papo de homem traduz bem o meu sentimento com relação a esse tema. Gosto de seguir três motes. 1- Seja honesta com o cara, se ele está afim de você e você não quer nada com ele, não fique alimentando seu ego às custas do sentimento alheio: diga a ele como você se sente. 2- Deixe o cara ser honesto com você: diga a ele que você está disposta a um relacionamento sério e só, a uma noite de sexo e só ou a deixar rolar pra ver qual vai ser... não faça chantagem sentimental... 3- Se te incomoda tanto assim, ligue no dia seguinte e acabe com o sofrimento da expectativa. Se é pra sofrer, que seja pela razão certa; o relacionamento não rolou.