quinta-feira, 7 de março de 2013

Da série: poderia ter sido eu

Esse texto é do blog "casalsemvergonha", o autor é Daniel Braz.
Mas poderia ter sido escrito por mim...

"Uma namorada que pensa - e não necessariamente em você

Era pra ser tudo lindo, como se fosse uma bolha rósea e lisinha, cheia de coraçõezinhos dentro alimentando o nosso amor perfeito. Era pra a gente se dar beijinho de esquimó, daqueles com o nariz, sabe? Era pra andar de mão dada no sol, tomando sorvete, dando risada de umas histórias bobas, rindo da vida, rindo só pra mostrar ao mundo que a gente se ama. Era, mas não foi assim, por que, né, não sou criança…
O problema é que nesse mundo de gente que não se basta, gente que não se completa, você escolheu uma mulher completa. Uma daquelas raras que não precisam de um pedaço, que não sentem vazio, que não estão procurando uma alma gêmea. Você escolheu uma mulher que queria um parceiro, não um remendo. E aí fodeu tudo.
Eu esperava hombridade, esperava atitude, esperava alguém comigo, no front de batalha, no vão da dúvida, se esgueirando no parapeito do cagaço e rindo de tudo no final. Não esperava alguém inseguro, alguém que não sabe o que quer de uma relação que tinha tudo para ser o filme do ano das nossas vidas. Será que eu me enganei na hora de juntar as nossas almas? Será que a gente não era tão parecido assim? Será que as nossas diferenças cresceram junto com o tempo que passou?
Se é pra trepar eu trepo com qualquer um. Hoje em dia tá difícil encontrar homem sem pau, todo mundo tem um. Se bobear, chamo umas amigas e elas quebram meu galho do mesmo jeito, caso eu esteja pouco atraente pro mundão lá fora. Não é só sexo. Eu gosto do sexo, mas queria gostar também dos seus planos, queria me apaixonar pela genialidade dos seus projetos, pelas suas ideias, queria achar que você me acrescenta alguma coisa, queria me sentir dividindo, não só somando.
O problema é que no turbilhão da rotina, a vida corrida, os compromissos iguais, os mesmos encontros, os mesmos horários, não deu pra perceber a merda em que a gente se meteu. Enquanto eu estou vivendo a nossa vida eu não percebo o quanto somos repetitivos, o quanto somos os mesmos de alguns anos atrás, o como não evoluímos em nada. A gente estagnou na mesma vidinha mamão com açúcar do começo.
Você sempre me dizia que as suas ex-namoradas ficaram arrasadas quando vocês terminaram. Que elas diziam que tinham um namoro perfeito, que não entendiam o motivo do fim e, no fundo, era só você que estava de saco cheio. Seu período invicto acabou. Parabéns, você está curtindo o primeiro término de namoro que você não desejou. O primeiro fim que você não esperava, a primeira vez que foi pego de surpresa.
Sabe qual é o problema? É que eu não sou burra. Não fui criada pra esperar príncipe encantado, dar beijo em sapo ou coisa que o valha. Nem fui tutelada pra ser submissa às vontades de ninguém. O problema de tudo isso é que, dessa vez, você escolheu uma mulher que pensa. E eu penso o tempo todo, pro seu azar. É isso."

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Trio Karibu

Sexta tive a oportunidade de rever o trabalho do Trio Karibu na casa de noca (um barzinho muito simpático que fica na rendeiras...) Durante a noite, experimentei uma gama de sensações e pensamentos e é o que gostaria de compartilhar agora.

 Nos idos de 2005, quando a FAED (centro de peagogia, história, geografia e biblioteconomia da UDESC) era no bairro centro, pertinho da travessa, conheci um molequinho (ou alguns podem dizer um "mulekinha") que vivia tocando violão no hall e fazendo sambinhas com o que via pela frente. Esse cara virou meu parceiro de bar, de discussões acaloradas de corredor da faculdade e muito rapidamente ganhou a minha admiração. Não pelos sambas que compunha, por sua voz, nem nada disso: pela sua simpatia e simplicidade. Um calorzinho em forma de sorriso que sempre estava ali. Fosse dia de prova, dia de greve estudantil. Fosse começo de mês ou fim de mês - naquela semana que a grana estava curta pra cerveja e a gente já estava nos últimos pacotes de miojo. Esse cara encontrou alguns semelhantes no mundo da música, começou um trabalho na cidade e é conhecido como François Muleka.

O Chico.

E, sempre que vejo o trabalho do trio karibu (ou qualquer outro trabalho de que o Chico participa) eu sinto aquele calorzinho em forma de sorriso. Lembro de uma vez que o Chico fez um sambinha com meu nome no bar (alguma coisa com "eu pedi pra ela dar ela, ela disse que dá não (....) se fosse ela eu daria, mas Darela não dá não". Nunca consegui lembrar desse samba, mas lembro do quanto rimos, do calorzinho quente e do sorriso. Vi num comentário de um clipe deles no youtube: "esse mundo não é justo, o françois escreveu todas as frases dessa música. Eu, nenhuma." E apesar de entender perfeitamente o sentimento dessa pessoa, eu tenho que discordar, esse mundo é muito justo. Porque o Chico não é um poeta só da música, ele é um poeta da vida. Ele age com cuidado, sempre ao seu redor...

Agora vamos falar do feito. Além dos caras tocarem muito (deixo aí minhas congratulações ao Trovão Rocha, que não conheco e ao Max, querido amigo) eles conseguiram com sua dedicação e cuidado reunir um público que exala admiração. Sabem as músicas, gostam de prestigiá-los, estam lá de coração aberto, pra receber um calorzinho em forma de sorriso. O trabalho deles serve de inspiração. Essa é a palavra da noite.

Eu fui para a "festa" sexta e voltei INSPIRADA.

A ser uma artista melhor, um público melhor. Em suma; uma pessoa melhor.
 Esse é o mérito extra do Trio Karibu.
Gostaria de deixar registrada a minha admiração e orgulho (orgulho bairrista e orgulho amigo). E recomendar aos que ainda não puderam, que vivenciem essa experiência maravilhosa que é ir a um show do Trio Karibu

Deixo aqui o link para o clipe lindo:

http://www.youtube.com/watch?v=O2zv5DEyHno

Que brotem mais artistas como o Trio Karibu.
 (ps.: gostaria de me desculpar pela ousadia de falar o que eu penso sobre vocês, sem prévia autorização. Espero que vcs não me processem...)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

ELE PRESTA, SÓ NÃO QUER NAMORAR VOCÊ, OU O MITO DO VIBRADORZINHO ROSA NA GAVETA...



Esse texto foi retirado da Revista Eletrônica Papo de Homem:

Posted: 27 Jan 2013 03:36 AM PST
Cansei de contar quantas vezes ouvi uma amiga dizendo que tal cara não prestava porque havia dado um fora nela. Seguindo a regra social mais adequada, eu concordava e tentava sempre inflar o ego da amiga. Quando uma amiga está magoada, não é o melhor momento de jogar a verdade:
“Ele presta, só não te quer.”
A mania de falar que um homem não presta, é safado, cafajeste etc, nada mais é que uma forma que nós, mulheres, criamos para arranjar um motivo de ter levado um fora. Não é algo exclusivo das mulheres: os homens também sofrem com isso. Um amigo, recém-saído de um relacionamento onde ele levou um pé na bunda, passa por essa situação atualmente.
Por que o tal cara não presta? Por que não estava afim daquela mulher a ponto de ter um relacionamento com ela? Por que não quer sair da vida de solteira? Ou por que durante o relacionamento, acabou se apaixonando por outra?
Ele pode ser um bom filho, ótimo neto, ajudar uma instituição de caridade, cuidar do meio ambiente, ser educado, gentil e excelente funcionário. Mas ele “não presta” a partir do momento em que fala ou deixa claro que não quer nada conosco.  Ah e ele prestará menos ainda se expor que a única coisa que quer é sexo. Ele simplesmente não tem o direito de mostrar que quer prazer e só isso. Ele precisa fingir que está envolvido emocionalmente quando não está.
Ou, talvez, ele esteja
O homem é um ser humano com prazeres que precisam ser saciados. A mulher também.  Há até não muito tempo atrás, o cara que quisesse recorrer a uma noite de sexo somente para satisfazer uma vontade precisava pagar uma prostituta. A mulher com esta mesma vontade tinha as opções de reprimir-se ou ser chamada de puta pela sociedade.
À medida que a liberdade sexual foi evoluindo, nós mulheres paramos de nos reprimir e eles, os homens, viram que não precisariam mais pagar por sexo. Afinal, eles teriam à disposição mulheres que não estariam transando com eles por obrigação. A vontade e o prazer seriam mútuos. Seria um cenário ideal se, a mesma mulher que não casa mais virgem, parasse de fantasiar uma relação de amor a cada trepada.
O cara que só quer sexo é uma pessoa normal, não é doente e nem maníaco. Ele não te vê apenas como um corpo. Ele sente desejo por você, sabe seu nome e às vezes até mantém uma amizade com você. Quer transar com você. Quer transar também com outras. Ou com outros. Ele não está apaixonado por você e não tente se enganar. Ele também tem sentimentos, sabia? Pode ser que após ter te comido, ele tenha saído na rua e visto uma mulher que o interessou mais.
Na fase dos 20 a 30 anos, homens assim são mais frequentes em nossas vidas.  Auge do corpo e da vida, começo da independência financeira. Sem precisar prestar satisfação aos pais de onde dormiu na noite passada, o homem tem mais liberdade de chamar a mulher que deseja para o seu quarto. E de deixa-la ir embora, sem a obrigação social de ligar no dia seguinte. Você, querida amiga, tem a mesma liberdade, que lhe caiu de graça no colo, mas conquistada com muito esforço pelas gerações anteriores.
Demorei a entender esta questão. Conforme fui tendo mais experiências, conhecendo mais homens e amadurecendo junto com minhas amigas, comecei a compreender melhor.  Eu seria hipócrita se falar que nunca fico com a esperança de que o cara irá querer algo a mais comigo. Quando a química é muito boa quero repeteco sim, mas não obrigo o cara. Se ele quiser, como diriam os mais velhos, o destino irá ajudar.

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(agora, quem escreve sou eu, Júlia)

 Atitudes de "só quero sexo", quando partem de uma mulher, intimidam os caras. A reação é chamar de vagabunda, pra baixo...  E os caras, às vezes prestam, às vezes não. Mas você só vai descobrir isso bem depois do primeiro encontro. Ele não ligar no dia seguinte é a maneira culturalmente aceita de ele dizer "tentamos, mas não rolou". Ou ele simplesmente não achou seu número e gostaria muito que você ligasse.

Todos os meus relacionamento que duraram um pouco mais, começaram comigo ligando no dia seguinte. Ligava mesmo... Não gosto de ficar esperando. Alguns deles, não deram em nada, o cara gaguejou, me atendeu apaticamente e praticamente não era mais a mesma pessoa da noite anterior. (ou seja, não valeria a pena eu ficar na expectativa por um novo encontro, já que o momento que tivemos juntos fora um fato isolado). Mas às vezes, o cara respirava aliviado e dizia "eu queria te ligar, mas estava com receio". E aí nos dávamos o direito de desfrutar deliciosas noites juntos.

Outra coisa que me incomoda é a "preservação" do corpo da mulher (em detrimento de seu prazer...). Várias vezes conversando com alguma colega, em alguma situação me deparo com a frase "Estou a seis meses sem transar e hoje vou sair com um cara, se ele for legal semana que vem já vou tentar 'transar' com ele." SEIS MESES!?!?!?  Bicho, nem espera até o final da janta... Leva esse cara pra sua casa, carro, um motel... e ataca o indivíduo. Duvido que ele não vai gostar... Se não gostar, você teve seu sexo, (com prazer, espero eu) e depois pode continuar a busca por "um cara legal". Estou cansada desse papo de moça solteira que guarda um vibradorzinho rosa na gaveta e se acha moderna, mas no fim alimenta o ranço secular. Não que você tem que sair dando chá de boceta por aí pra ser moderna. Mas, se tiver vontade, porque não dar uma boa trepada com um cara que você achou bonitinho, mesmo que já saiba que amanhã a química não vai ser a mesma e talvez ele não te ligue...

Acho que esse texto da papo de homem traduz bem o meu sentimento com relação a esse tema. Gosto de seguir três motes. 1- Seja honesta com o cara, se ele está afim de você e você não quer nada com ele, não fique alimentando seu ego às custas do sentimento alheio: diga a ele como você se sente. 2- Deixe o cara ser honesto com você: diga a ele que você está disposta a um relacionamento sério e só, a uma noite de sexo e só ou a deixar rolar pra ver qual vai ser... não faça chantagem sentimental... 3- Se te incomoda tanto assim, ligue no dia seguinte e acabe com o sofrimento da expectativa. Se é pra sofrer, que seja pela razão certa; o relacionamento não rolou.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Mulheres baixistas - sexismo e ignorância fora do tempo

Uma época, nos idos da era do orkut, tinha uma "comunidade" intitulada Mulheres Baixistas.
Recentemente, fui incluída num grupo com o mesmo nome no Facebook. Imediatamente eu pedi pra sair (assim, sem stratégia,saco ou cabo).

Pô! É DOISMILETREZE e a gente ainda está caindo nesse tipo de sexismo idiota. Por PURO HÁBITO!!! Temos quantos ícones femininos no Rock'N'Roll?  Que criaram uma geração de mulheres dispostas a entrar na cena de sua cidadezinha, região ou país com os dois pés (de salto alto ou não, aí é opcional). A gente toca, a gente ouve, a gente curte. Tem uma meia dúzia de batata cozida poser? Sim. Mas, isso tem em todo lugar, mulheres e homens nas mais diversas "tribos" (outra besteira) que estão representando algo que não são realmente. Mas essas não se criam. Uma hora ou outra é descoberto o Gustavo Lima no MP3 dela e a admiração do "ícone roqueiro" vai embora.

E digo mais. Esse rótulo de "fã do Iron Maiden" também já está ficando muito ultrapassado. Se você ainda é assim, me desculpe, os anos oitenta estão te chamando de volta. Eu toco numa banda de Indie, ouço desde prog até punk, metal, melódico... tudo. Vou a festas de samba. Gosto de samba de raíz, MPB. Já me diverti deveras em festas de sertanejo universitário (taí o Gustavo Lima). Se você olhar minha playlist, achará de Ozzy a Sandy. Mas meu gosto por música e minha preferência por Rock é genuína, e por isso sou muito respeitada nas rodas em que frequento. Sem mentir, sem esconder, sem fazer pose.

Aí vem a questão da admiração. Sim, é muito legal encontrar uma pessoa com a qual você se identifica e que ainda toca uns intrumento musical que você acha legal. Eu mesmo, conto nos dedos os caras por quem me interessei que não tocavam nada. Porque claro que isso é uma ponte. Quem gosta de música e curte tocar acaba magnetizando semelhantes. Porém, nos shows da minha banda tenho recebido cada vez mais elogios, e cada vez piores. O Sexismo imbutido neles é tão grande que as pessoas nem notam que às vezes não estão só me desrespeitando , mas também o meu namorado e os colegas da banda.
Um exemplo clássico: "Nossa, você toca muito! Nunca vi um amulher tocar assim."
Daí vem o amigo e responde:" Não cara, eu até já vi, mas bonita desse jeito..."

Isso quando não é mais explícito: "Você toca muito bem pra uma mulher"

Ou quando o cara nunca te viu tocar, mas sabe que você toca e chega dizendo:
"Mina, você toca muito".

Bem, admitir que existe uma "classe" de "mulheres baixistas" e que elas estão se reunindo separadamente dos outros POR OPÇÃO é triste. Mas existe. E é isso que eu gostaria de defender aqui. Meninos e meninas, toquem, curtam, elogiem... Mas cuidado. Porque o sexismo tem nos prejudicado (a homens e mulheres) durante a história da humanidade e o Rock'N'Roll, revolucionário de nascença, não pode mais ser palco pra esse tipo de coisa. Quer dizer que eu toco bem, diga quando eu estiver perto do Victor Woteen. Ele toca bem. No mais todos nós baixistas, estaremos sempre estudando e querendo melhorar. E é isso que tem que ser admirado.

Dias depois que saí do grupo das "mulheres baixistas" fui convidada pra entrar num que se chama "Baixistas de Floripa".
Entrei com gosto. Compartilhamos divulgações de evento, informações, músicas,  instrumentos à venda. Homens e mulheres, baixistas, pesquisadores... Aí sim. Dois mil e treze..

PS.: Segue o Victor Wooten, pra quem ainda não viu
PS.2: Eu estou MUITO LONGE de tocar 1% do que ele toca.

http://www.youtube.com/watch?v=Jw8ytGHTbNc


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Começar de novo

Comecei esse blog quando morava sozinha, pra me ajudar a conviver com meus pensamentos durante os momentos de solidão.
Hoje, com a maria fumaça da vida a todo vapor, são poucos os momentos de quietude que encontro pra refletir o meu interior.
Porém, ontem, tive alguns momentos.
Percebi que ultimamente, ando refletindo muito o meu exterior e pouco me fazendo expressar verdadeiramente. Recebi, portanto, julgamentos, opiniões e impressões que nada mais são do que interpretações das fotos e curtas frases que rolam atualmente nas redes sociais. Tudo muito vazio.

Por isso, faço essa tentativa de começar de novo.
Escrever sobre um mundo rubro que vai além de retratos e frases curtas.
Um mundo que é cheio de altos e baixos. De coisas e não coisas.

Pra retomar letras de música e poesias perdidas.
Sejam (de novo) bem-vindos ao meu mundo rubro.