quarta-feira, 8 de outubro de 2008

NÃO ME CANSO DE OLHAR...



Te olho nos olhos


e você reclama que olho muito profundamente.


Desculpa.


Tudo o que vivi foi profundamente.


Eu te ensinei quem sou


e você foi me tirando os espaços entre os abraços.


Guarda-me apenas uma fresta.


Eu que sempre fui livre


não importava o que os outros dissessem.


Até onde eu posso ir pra te resgatar?


Reclama de mim como se houvesse a possibilidade de eu me inventar de novo!


Desculpa se te olho profundamente,


rente a pele a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços.


A ponto de ver a estrada muito antes dos teus passos.


Eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos.


Eu não vou renunciar a mim


nehuma parte!


Nenhum pedaço do meu ser


vibrante,


errante,


sujo,


livre,


quente.


Eu quero estar viva e permanecer te olhando profundamente.





(Texto de Ana Carolina, livremente inspirado nas obras do Fabrício Carpinejar e Boris Pasternak)

Um comentário:

Mariana disse...

Lindo texto!!!!


Obrigada pela explicação sobre a lua e pelo desenho demonstrativo... ajudou MUITO! Eu acho que "gazeei" essa aula, porque eu não sabia que a gente via a parte de baixo e de cima da lua... achava que víamos o ladinho... rs....


Beijoca!